sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Ser eu

Nem silvestre nem de morte
Nem horizonte nem pesar
Sou só todo e a parte
Noite e dia de luar.
Qual silvestre, citadino
Qual problema de lugar.

O Zé

O Zé é um individuo chato e burro
Inculto até dizer chega,
Mas ainda assim é orgulhoso.
Orgulhoso do que os seus avós fizeram
Que mais não foi que descobrir um filão de ouro.
dois na verdade: um de raios de sol cristalizados,
e condimentos reservados aos deuses;
outro de ouro negro, daquele que tem dois braços e duas pernas,
pelo menos a quando da extracção.
E é disto que p Zé se orgulha.
Destes filões dos seus avós sobra... a memória.
Graças ao divino/a (comédia) que já lhos tirou.
mas o peito do Zé é um balão cheio, tão cheio...
Mas não há ninguém que lhe dê uma alfinetada?
Enfim, divagações, voltemos ao Zé.
O Zé é megalómano e desmedido
Prefere andar esfarrapado e esfomeado
Para ter um bom carro e um com mecanismo portátil de conversação à distância
e ainda não viu que é isso que faz rir o seu vizinho.
Mas o Zé é que sabe... Palavra do Zé é suspiro do divino/a (comédia)
Ai Zé! Onde é que vais tu parar?
Á sarjeta?
Não! Isso seria demasiada ironia...
Ir agora um homem parar onde sempre viveu
Ir parar á sarjeta quando foi dela que (nunca) saiu
É castigo demasiado severo.
deixemos o Zé com o seu inabalável orgulho.
nós que sabemos a verdade, faremoscomo os demais
rir, simplesmente.

Milagres Campestres

Eu acredito em milagre não?
Quem não acredita?
Os milagres rodeiam-nos
Quais abutres à volta da carcaça esventrada,
Semi-degustada e já (é rápido!!) defecada.
Houve um milagre, muito falado sim, dos pães
Eu acredito, no dos cães...
Não entenderam? Não? Eu explico, é para isso que cá estou...
Eu acredito no milagre dos cães, pastores é claro,
Prova irrefutável da geração expontânia
É só juntar um carro de bosta a um atestado de incompetência
e é vê-los surgirem, expontaneamente, pois claro, cães pastores,
Sim daqueles que guiam as ovelhas até ao pasto
E as protegem dos demais que lhes querem deitar o dente.
E as pobres criaturas pastam e conversam: méé, méé, méé...
Antes zurrassem, seria mais adequado com certeza
Mas isso sim seria um milagre digno de se ver...
Não ovelhas a zurrar mas sim a admitir o burras que são.
De quando em vez as ovelhas fazem uma rebelião
"viva o vigésimo quinto dia do quarto mês!!!
Viva a liberdade, viva a areia que aos olhos nos atiram
Somos tão felizes!! méé, méé, méé..."
Hihóóó
Novos cães, mesmo pasto, mesmas ovelhas...
É este o prado que por cá temos!
E agora já acreditam em milagres? Não?
E ainda dizem que deus (sim em minuscula) é Brazileiro
Há, Há, Há, méé, méé, méé, Há, Há
se é verdade o "danado", o "curnudo", o senhor dos mil nomes
É de cá e há muito que se diverte com esta quinta.

Viva a piada, viva a estupidez, viva o degredo que é ser português (titulo cantado sff)

Nada há de mais triste que a piada
Palhaço errante, espantalho alegre...
A piada é a lágrima chorada socialmente
Hipocrisias, leviandades
Bafo pútrido de cão vadio...
Piada, piadas, piada
Ha, Ha
HA HA,
, Ha Ha (ou como agora se diz: LOL)
A piada é a morte da inteligência
E neste país há demasiadas piadas,
Não fosse o próprio tuga a maior delas!!!

Pacheco P.

Oh senhor da árvore do punho erguido
Que com a palavra magoas a face estendida
Riso cómico, escárnio sentido
Doa a quem doer, a merda é a mesma...

A Puta

A puta sobe a rua escura
Salto agulha e micro saia,
Procura cliente que lhe dê
Algum dinheiro e muita malha.
Tem preçário á carte
Que é puta mas tem classe
E um chulo a deitar o olho
Para que ela o não roubasse.
E a puta assim anda
Toda feliz e muito airosa
Já nem se lembra de quando lhe
Desfloraram o botão de rosa.
É puta mas não recriminem
Que mais vergonha é roubar
Esta apenas cobra uns trocos
A quem demais a enrrabar.

Merda por todo o lado

Já nem a água do rio lava a merda desta cidade
Já nem a água do rio lava a merda deste país.
Viremo-nos então para o mar...
Mas esse também já cheio da nossa merda
(não desaguasse lá a água do rio)
Já nem água para a merda nos lavar tem.
Abra-se então a merda de um buraco na terra
Para que lá a merda devidamente se enterre...
Mas já tanta merda há debaixo da terra
Que já lá não cabe merda nenhuma.
Merda!!! E agora?
Exportemos, então, a merda que por cá se faz...
Mas já tanta merda há no estrangeiro
Que já não precisam desta merda para nada.
Que fazer então a tanta merda que por aqui há?
Nada senão no meio dela viver...
É uma merda não é?