quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Vislumbres

Não há suficiente sangue no mundo
capaz de me tirar deste coma profundo,
nem medicamentos ou técnicas inovadoras
me irão por fim ressuscitar.

Pois a patologia de que padeço não tem cura
A patologia chama-se existência, a minha existência!
E essa só se poderia curar se não existisse
nem nunca tivesse existido
pois nem a morte acabará com tanta energia negativa
que o meu ser é capaz de criar.

Enterrem-me, incinerem-me, apaguem todos os meus registos
Mas mesmo que me esqueçam por completo
A energia negativa de mim emanada em vida
há-de absorver mais até criar tal buraco negro
que toda a existência aniquilará.

Isto não é uma ameaça, é um vislumbre do próprio futuro.

Até sempre!

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