terça-feira, 24 de abril de 2007

Ciclo

Dia após dia, o ciclo repete-se
Sol põem-se, sol nasce, sol põem-se...
E eu parado esperando o fim!
Sou como um buraco negro rodeado de luz
Negro para todo o sempre.
Estou só, no meio da multidão
Como um palhaço de circo que chora por fazer rir.
Porque é que não reparam em mim?
Porque não me ajudam?
A resposta é simples, não interesso.
O ciclo repete-se: noite, dia, noite...
E o fim nunca chega.
Sou um verdadeiro triste, um verdadeiro ninguém
Pois em mim nada encontro que me orgulhe
Nada em min encontro que me anime
Nada!
Nada!
De que serve soltar um grito de agonia
Se todos são, ou se fazem, surdos?
De que serve viver?
De que serve esperar?
De que serve chorar...
De nada
Nada!
É o que eu sou, nada!
E nada é sempre nada, não importa o ciclo.

1 comentário:

season disse...

Não te podes esquecer que o nada não existe. Nem o vazio. A taça fica sempre à espera de ser preenchida, depende de nós o que lá queremos colocar. Temos sempre o que semear e como semear. A isso se chama livre arbítrio, sabendo de antemão que tudo aquilo que semearmos, colheremos. Se bem quisermos colher, há que bem saber semear :) Desse ciclo, podes transformá-lo num ciclo de amor em que a noite vai de encontro ao dia, em que a solidão vai de encontro a outras almas solitárias que, dando do seu tempo, preenche e vivifica. Tudo depende do que queremos colher.